Formiga Bossa Nova (Adriana Calcanhotto)
Formiga Bossa Nova (Adriana Calcanhotto)
FORMIGA BOSSA NOVA
Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.
Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.
Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.
Assim devera eu ser
se não fora
não querer.
Alexandre O’Neill
E aproveitamos para ler a fábula da cigarra e da hormiga, que vocês já conhecem, mas de certeza não conheciam em português. Vamos ler!
A CIGARRA E A FORMIGA
Num dia de quente de verão, uma alegre cigarra estava a cantar e a tocar o seu violão, com todo o entusiasmo. Ela viu uma formiga a passar, concentrada na sua grande labuta diária que consistia em guardar comida para o inverno.
«D. Formiga, venha e cante comigo, em vez de trabalhar tão arduamente.», desafiou a cigarra «Vamo-nos divertir.»
«Tenho de guardar comida para o Inverno», respondeu a formiga, sem parar, «e aconselho-a a fazer o mesmo.»
«Não se preocupe com o inverno, está ainda muito longe.», disse a outra, despreocupada. «Como vê, comida não falta.»
Mas a formiga não quis ouvir e continuou a sua labuta. Os meses passaram e o tempo arrefeceu cada vez mais, até que toda a Natureza em redor ficou coberta com um espesso manto branco de neve.
Chegou o inverno. A cigarra, esfomeada e enregelada, foi a casa da formiga e implorou humildemente por algo para comer.
«Se você tivesse ouvido o meu conselho no Verão, não estaria agora tão desesperada.», ralhou a formiga. «Preferiu cantar e tocar violão?! Pois agora dance!»
E dizendo isto, fechou a porta, deixando a cigarra entregue à sua sorte.
Escola Ovar. Clicando podem-se ler outras versões desta fábula.